Sou uma apaixonada por democracia. Concordo com os que acham anti-democrático o voto ser obrigatório, mas, vejo pelo lado bom: há poucas gerações, minha família teve escravos, índios, imigrantes vindos de diversas áreas do mundo, sou mulher, e sou brasileira. E tanta gente têm histórias assim. Hoje podemos votar, temos esse direito (e obrigação). Vivas àqueles que lutaram pra que chegássemos a essa vitória!
Apesar de ser uma Porto da Silva - e só quem vive em Paraty sabe o amor que essa família tem pela política - não sou tão fascinada assim por isso. Mas, esse será o assunto deste post.
Apesar de ser uma Porto da Silva - e só quem vive em Paraty sabe o amor que essa família tem pela política - não sou tão fascinada assim por isso. Mas, esse será o assunto deste post.
Quando finalmente houve a abertura, e em 1989 os brasileiros puderam voltar a votar, eu criança ía a comícios na "carcunda" de um pai universitário e esperançoso, que carregava estrelas no peito, e acompanhou a candidatura de Lula. (não consigo esquecer que tia Cinéia era Brizola, e tia Xodó Afif)
Finalmente Lula ganha, e, na faculdade de jornalismo, a vida explodiu. Lembro da euforia que sentíamos em acompanhar ali, no ambiente efervecente da universidade, a chegada ao poder de um ex-operário, sem curso superior. Um homem simples. Mais um "Silva".
Muito influenciada por meu pai, admiro muito Bill Clinton. E, por algum motivo, conheço um pouco da história política de algumas partes do mundo. E agora... agora todas as partes desse planeta celebram a eleição de Barack Obama. Descendente de imigrantes, neto de uma mulher honesta que não viu seu neto presidente, mas sonhou com isso, apaixonado pela mulher. E negro. É hipocrisia dizer que isso não faz diferença. Faz. Infelizmente o mundo ainda é preconceituoso e o fato da nação mais poderosa do mundo ser governada por um negro é um marco histórico. Um negro na Casa Branca! Que essa esperança mundial se concretize em progresso e equilíbrio. "Deus abençoe a América".
Agora falando dos municípios... Não votei no primeiro-turno. Porque a chapa "Cazé e Pastor Josias" tinha, como fica claro, como candidato a vice-prefeito de Paraty meu pai. Quando ele aceitou a candidatura - depois de consultar a família e a igreja que pastoreia, e ter meu voto contra - já não dava tempo de eu trocar meu domicílio eleitoral.
Mas - segredinho - eu votei, sim. Acompanhei à urna minha avó Tieta, mãe do meu pai, à urna. E vi lá, o rosto lindo do meu pai. Ele não foi eleito vice-prefeito, mas, não foi um perdedor. O prefeito reeleito - Zezé - é primo de primeiro grau de papai, e em várias de suas campanhas participei de comícios, acompanhei, torci. No tempo em que meu pai e ele eram aliados políticos. A política não causou inimizades. Zezé - José Carlos Porto, nome do vô deles, que era marido da dona Latife, minha bisavó - ligou para meu pai para parabenizá-lo pela campanha, e agradeço publicamente o beijo que mandou pra mim. Por morar em outra cidade, e por opção, participei pouco da campanha. Mas, estava lá no último fim-de-semana. Puxa, vocês não têm idéia da vibração, das conversas intermináveis, das bandeiras erguidas, da torcida, do nervosismo, da esperança... É lindo você ver centenas de pessoas gritando e cantando o nome do seu pai. Acreditando nele, naquele homem que é o cara que você mais ama na vida. Vibrei na passeata, segurei bandeira, fiz o registro fotográfico, vi a esperança e o trabalho árduo do meu pai, vi sua ação digna quando viu o resultado final. Enquanto eu chorava, ele tomava banho para ir para a igreja, dirigir o culto. E nesse culto, ao final, a festa foi de outro pastor. Eis que a outra parte da família - a Marendaz Cordeiro - entra na política paratiense através do Pr. Izaques. Dá-lhe tio Tati!! Vereador. Como é bom ter homens justos e honestos na política. Quanta alegria! E meu pai - de partido oposto ao do tio Tati - se alegrou com o cunhado e amigo.
Mas - segredinho - eu votei, sim. Acompanhei à urna minha avó Tieta, mãe do meu pai, à urna. E vi lá, o rosto lindo do meu pai. Ele não foi eleito vice-prefeito, mas, não foi um perdedor. O prefeito reeleito - Zezé - é primo de primeiro grau de papai, e em várias de suas campanhas participei de comícios, acompanhei, torci. No tempo em que meu pai e ele eram aliados políticos. A política não causou inimizades. Zezé - José Carlos Porto, nome do vô deles, que era marido da dona Latife, minha bisavó - ligou para meu pai para parabenizá-lo pela campanha, e agradeço publicamente o beijo que mandou pra mim. Por morar em outra cidade, e por opção, participei pouco da campanha. Mas, estava lá no último fim-de-semana. Puxa, vocês não têm idéia da vibração, das conversas intermináveis, das bandeiras erguidas, da torcida, do nervosismo, da esperança... É lindo você ver centenas de pessoas gritando e cantando o nome do seu pai. Acreditando nele, naquele homem que é o cara que você mais ama na vida. Vibrei na passeata, segurei bandeira, fiz o registro fotográfico, vi a esperança e o trabalho árduo do meu pai, vi sua ação digna quando viu o resultado final. Enquanto eu chorava, ele tomava banho para ir para a igreja, dirigir o culto. E nesse culto, ao final, a festa foi de outro pastor. Eis que a outra parte da família - a Marendaz Cordeiro - entra na política paratiense através do Pr. Izaques. Dá-lhe tio Tati!! Vereador. Como é bom ter homens justos e honestos na política. Quanta alegria! E meu pai - de partido oposto ao do tio Tati - se alegrou com o cunhado e amigo.
Mas, no dia 26 de outubro estava nas urnas - apesar de doente. E digitei 43. Eduardo Paes ganhou, e não acho de todo mal. Gabeira seria interessante... um homem que durante toda a trajetória defendeu o homossexualismo, assumiu consumir (ter consumido) drogas, desafiou poderosos. Mas, o que mais me admira nele não é a tanguinha nas areias cariocas, e sim o fato de ter sido um sequestrador. Lembrem-se que ele foi um dos que sequestrou o embaixador americano durante a ditadura. E eu, apaixonada por essa época da nossa história, tinha isso como destaque. Imagina um prefeito sequestrador!! Curioso...
Desejo boa sorte a todos os eleitos. E, deixo claro que não assumo totalmente as idéias de nenhum dos políticos citados. Apenas de dois: o pastor Josias que, mesmo sem meu apoio inicial sempre terá meu voto, porque eu - que convivo com ele na intimidade profunda de filha - sei o homem que ele é; e Izaques Marendaz Cordeiro, meu tio-vereador, tio Tati, um carinho de pessoa, um orgulho da vida toda (que me comprava doces e levava pra passear de motoca hehe). Aos outros, e a todos, sigo o conselho bíblico, e oro por nossos governantes. Desde meus pais, meu pastor, a síndica do meu prédio, até o presidente do país, e Obama, que, não deixa de ser o "presidente do mundo".**
>> perdoem-me o assunto, para muitos enfadonho. Foi inevitável deixar que a veia jornalística, familiar, e de cidadã, aflorasse. Mas, ainda há muito a falar. Festas, uma dor de perda, decisões, lutas, o reencontro de uma saudade, um novo amigo bom-de-papo, enfim.... a luta pela vida, e entre todas elas a maior luta pra mim é literalmente pela vida. Quem sabe isso não aflora em novos posts?! Até ;)
5 registraram seu vôo por aqui:
Que bom texto!
Gostei do que li, e também votei no Gabeira nas duas vezes, principalmente pela historia de vida que ele tem e sem duvida seria o melhor prefeito que o Rio poderia ter. Eu lamentei a quase vitória dele, mas vibrei com os mais de 49% obtidos por ele. Enfim, agora é esperar que o Paes faça algo de bom pra nossa cidade.
Continue escrevendo pra eu te ler.. rss
;)
Beijos
Saudade de vc e das nossas conversas. Sei que ando sumida. Precisamos conversar. Mudei minha materia na facul para jornalismo e o meu volume de trabalho aumentou com essa decisao. Tem presente pra vc no meu blog.
Beijos
Paulianne
Não achei nada enfadonho.
Fiquei triste do Gabeira não ter ganho. E amei o Barack ter sido eleito. Amei muito.
Passei para deixar meu voo por aqui... você sumiu tambem.
Grande Beijo
Cara, que massa seu blog! Enfim, achei alguém que até na hora de falar em política, tem raiz esquerdista como eu! \o/
Adorei!!
Acaba de entrar para os meus favoritos! :D
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